Quando a gente conhece alguém, uma das primeiras perguntas que nos fazem é: “Faz o quê da vida?”
Às vezes, tento ser engraçadinha e digo: “Sucesso!”. Seria ótimo se o que a pessoa quisesse saber fosse quais são seus hobbies, seus sonhos, suas vontades secretas… Enfim, tudo o que se pode descobrir sobre uma pessoa inteiramente nova.
Mas não, o quê querem(os) saber é qual a sua profissão, onde você trabalha, da onde vem o seu dinheiro, o quê você faz das 9h às 18h.
E quando você não tem emprego? (meu caso!)
Essa pergunta é mais um lembrete da sua situação de D-E-S-E-M-P-R-E-G-A-D-O. E por mais que esteja difícil pra todo mundo, que as empresas continuem demitindo, que essa maldita crise insista em ficar nesse país… Você se sente um fracasso.
Pelo menos, eu me sinto. E é triste, triste, triste ter que responder essa pergunta. Daí você começa a se esquivar de conhecer gente nova para não ter que responder a isso. Daí você que era apenas um fracasso profissional, passa a ser também um fracasso social.
Welcome to my world!
Dizem que é só uma fase. E eu sei que é. Já passei por tantas fases na vida. Boas e ruins. Só que quando estamos dentro de uma fase, só conseguimos enxergar ela mesma. A melhor imagem sobre como me sinto é a de alguém perdida em mar aberto, só enxerga água por todos os lados e não sabe em qual direção nadar porque não consegue saber pra qual lado fica a terra firme.
É engraçado pensar que o trabalho tem variados papéis na vida gente. É dele que vem o nosso sustento. É dele que vem o status social. É dele que vem aquele tal de propósito que cada vez mais pessoas almejam conquistar. É dele que vem a resposta para “Faz o quê da vida?”. É dele que vem o sentimento de utilidade.
Sentimento esse que é fato novo pra mim. Não sabia que existia até que comecei a me sentir inútil.
Tem gente triste porque é rejeitado pelos crushs da vida (I know how you’re feeling, bro!), mas cês já se sentiram rejeitados pelo mercado de trabalho?
Não? Então, chega aí… vamos conversar.
Qual seu nome? Onde mora? Qual sua idade? Você faz o que da vida?